Em Dezembro de 1984, meus pais, depois de 7 anos de namoro resolvem oficializar a relação deles. Então depois de se estabilizar mas, com dois anos de casados eles resolvem ter seu primeiro filho, meu irmão, Tiago Vieira, que nasceu em Outubro de 1986 em perfeito estado de saúde. Sete anos depois do nascimento do meu irmão, meus pais resolveram ter mais um filho e assim fazer companhia para o Tiago só que o destino lhes reservava uma surpresa. Eu nasci com uma deficiência chamada Mielomeningocele (Ou espinha bifida) que nada mas é do que má formação na coluna e outra doença chamada Hidrocefalia (água no cranio). Meus pais souberam desse problema apenas quando eu nasci, e 2 dias depois já estava na sala de cirurgia para fazer uma correção da Mielo e introduzir uma válvula para drenar a água do cranio até minha bexiga. Antes de começar a mesma cirurgia o doutor que efetuou o parto perguntou aos meus pais se eles queriam me criar ou iriam me abandonar no hospital pois segundo ele, minha expectativa de vida não passaria de um ano de vida. Essa noticia devastou a minha família, que mesmo assim decidiu me criar e em meio a lágrimas de meus pais, passaram a aproveitar cada momento ao meu lado, pois o mesmo poderia ser o último, Minha mãe conta que esse meu primeiro ano de vida foi o pior da vida dela, mas quando eu completei 1 ano foi a maior festa em casa.
Após a cirurgia, eu fiquei alguns dias na encubadora, e depois começou a luta deles atras de tratamento para mim, e de exatos 3 meses após rodar em todos os hospitais de São Paulo, cidade em que nasci e moro ate hoje, meus pais conseguiram um tratamento na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo a qual ainda faço tratamento e com certeza devo a minha vida a eles. Quando completei 4 anos de idade, o médicos informaram que teria que fazer outra cirurgia na coluna para introduzir alguns pinos para corrigir minha postura a qual era incorreta devido a uma severa escoliose e estava afetando meu pulmão, e assim mais uma vez me vi deitada na mesa de cirurgia durante 8 horas.
Passaram 2 anos e minha mãe comentou com o médicos uma área da minha coluna onde foi feita a ultima cirurgia estava "esquisita" e apos alguns exames foi constatado que os pinos colocados em minha coluna estavam quase cortando minha pele, e com a analise do médico, diagnosticou que estava prestes a abrir um ferimento por conta do ferro e decidiu, então, retirar os pinos, porém deixando o aviso que ao retirarmos, eu poderia ter problemas no pulmão. Dito e feito,hoje vivo sentindo faltas de ar mas isso já é uma coisa que eu aprendi a conviver, afinal não tem jeito. Já passei por 8 cirurgias ao todo, mas nunca me deixei abater pelos desafios que a vida me reservou, afinal se Deus me deu esse "fardo" é por que sou capaz de carregar e pode ter certeza jamais vou ficar triste por conta disso ou deixar de fazer alguma coisa, afinal não sou melhor nem pior do que ninguém, sou apenas diferente! ;)
Beijos e ate o próximo post. =)
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